Uma questão de tamanho
Outro dia, num balneário do Estádio Universitário partilhado por gentes de várias nações, estava um indivíduo africano com o maior saco escrotal que eu alguma vez vi em toda a minha vida. Não é que ande a reparar nos colhões dos outros mas neste caso não tive outro remédio. Aliás, foram os colhões que repararam em mim, tamanhos eles eram. E o portador dos referidos até estava de costas e com as pernas fechadas, mas mesmo assim dava para ve-los distintamente, espremidos entre as coxas. Era impossível não reparar! Não é que os colhões em si fossem muito grandes, era mais o invólucro. Era como a ferramenta dos bodes, tipo badalo a balançar entre as pernas. Depois o senhor estava a dizer mal do Benfica e eu senti-me ofendido. Ainda tentei esboçar uma reacção, mas ele olhou para mim com cara de preto ofendido. Então tive medo que ele, com uma rotação do torso, me atingisse com os colhões na testa e me causasse lesões cerebrais permanentes, de modo que me remeti ao meu cantinho e assisti impávido e sereno a um desbobinar de impropérios contra o meu Glorioso. Afinal de contas, quem tem um par de colhões daquele tamanho adquire automaticamente autoridade para emitir pareceres sobre o que quer que seja. E sempre com razão.