O papel do PCP num Portugal do século XXI! - Parte II
Não pretendo fazer deste post uma sequela de má qualidade do primeiro (ao bom estilo de Speed II), mas sim evitar um corrimento demasiado longo.
Eu tenho uma maior inclinação para os ideiais de esquerda. No entanto, tanto um lado como o outro (direita ou esquerda), quando em debate sobre os valores que os colocam em campos opostos, conseguem argumentar com mais ou menos inteligência, utilizando argumentos válidos. Quando toca aos militantes do PCP ou, por vezes ainda pior, simpatizantes não assumidos e que não têm coragem para se inscrever no mesmo (eu sei disso, tenho um desses no seio da minha família e que, se ler este post, me vai matar), deixam de saber argumentar. A primeira linha de fuga é apontar baterias aos Estados Unidos (país que está longe de ser o meu ideal político - quem elege uma besta daquelas merece ser sodomizado por um urso cinzento sifilítico). O que me revolta e que revoltou muitos dos leitores que aqui se entregaram ao debate, é que tenham o descaramento de falar em liberdade. Meus caros, há uma definição muito clara de liberdade e que, ainda que não sendo minha, não deixa margem para dúvidas:
"A minha liberdade termina quando começa a liberdade do próximo!"
Qualquer ideal, por muito bonito que possa parecer aos ouvidos de quem o defende e por muito que seja parecido com um sonho, quando tem que ser imposto, passa automaticamente a ser um pesadelo.
Não defendo uma anarquia, pelos mesmos motivos que transcrevi a frase sobre a liberdade, mas acredito que a melhor coisa que existe, depois de uma Utopia, em que todos somos bonitos, saudáveis e contentes com a vida, é um estado democrático. O líder ou o partido que estão no poder a determinada altura podem ser uma maravilha ou umas bestas, mas a verdade é que a maioria de nós lá o meteu (se fosse Norte Americano estaria deprimido a esta altura). E se a maioria sente que foi enganada, dois ou três anos depois muda-se (se para melhor ou não, isso é outra conversa num outro blog, numa outra altura).
O Comunismo, sempre que chegou ao poder, aparece como a resposta a uma libertação há muito desejada por um povo (basta ver os exemplos da Rússia, China ou Cuba). Mas logo inicia a sua actuação com perseguições a militantes do antigo regime, alargadas, num segundo passo, a todos os que se davam com esses militantes e, finalmente, a todos os que se pensa que alguma vez pudessem ter respirado o mesmo oxigénio que os mesmos (mesmo que se trate apenas de uma perseguição pessoal de alguém que, finalmente, tem uma forma de retaliação contra um segundo de quem nunca gostou).
Eu de facto desafio os defensores desta doutrina a lerem O livro negro do Comunismo e Cisnes Selvagens (este último sobre a China Comunista), dois livros que não constituem artigos de opinião, mas um documento histórico (o primeiro) e uma autobiografia (o segundo). Nessa altura perguntar-lhes-ei se têm estômago sequer para defender essa ideologia. E não pensem que Portugal seria o único país diferente, já tivemos o nosso exemplo no pós 25 de Abril.
Gostava de terminar este post contando uma história passada numa sala de aula de um mestrado, em Inglaterra, presenciada por um amigo meu.
Debatia-se política de conservação ambiental e um dos alunos, entusiasmado, dizia que as pessoas não saberiam a melhor forma de defender os seus próprios interesses, que teriam que ser conduzidas por pessoas como ele e os seus colegas. O professor deixou apenas um comentário: "You would give a nice dictator, you know?"