Sai nos dias de maior fluxo

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Liberdade?!! A que preço?

Morreu Keiko!
Para os mais distraídos, Keiko era o verdadeiro nome da Orca que protagonizou o filme Free Willy.
Nascido ao largo da costa da Islândia, Keiko foi capturado em 1979 com cerca de dois anos de idade, tendo ficado num aquário da Islândia. Em 1982 Keiko foi comprado pelo Ontario Marineland, no Canadá, para ser mais uma vez vendido, ao Reino Ventura, um parque de diversões, no México. É neste último parque, com fracas condições de bem-estar animal, que as filmagens do filme Free Willy, da Warner Bros. Studios, têm lugar a partir de 1992. O sucesso deste filme chamou à atenção para as más condições em que vivia Keiko, no seu parque do México. Criou-se a Keiko/Free Willy Foundation, através da qual se recolheram milhões de dólares (tendo 4 milhões de dólares sido doados pela própria Warner Bros.). Keiko era assim mudado para as suas novas instalações de 7.3 milhões de dólares no Oregon Coast Aquarium, em 1995.

É nesta altura que se inicia uma nova recolha de fundos, que visa a reintrodução de Keiko, no meio selvagem, após 17 anos sob cuidados humanos. Quando a ficção se torna realidade...

Esta medida gera uma grande controvérsia, colocando em campos opostos especialistas de mamíferos marinhos, que advogavam que reintroduzir Keiko seria condená-lo à morte; e activistas dos direitos dos animais, que consideravam inaceitável que este animal permanecesse sob cuidados humanos.

Alguns anos e milhões de dólares depois, e após um período de adaptação, Keiko é reintroduzido na Islândia (de onde originalmente teria vindo), em 2000. Em 2002 Keiko realiza uma migração de cerca de 1400 km até às águas da Noruega, onde rapidamente se torna a atracção local, procurando, em todas as ocasiões, o contacto humano e nunca tendo sido capaz de se alimentar sozinho, contando para isso com os cerca de 50 kg de peixe diários, fornecidos pela equipa de apoio. Muitas foram as tentativas para que Keiko se juntasse aos grupos de Orcas locais, mas sem qualquer sucesso.

Keiko viria a morrer a 12 de Dezembro de 2003, em resultado de uma pneumonia. Após 20 anos sob cuidados humanos e nunca tendo desejado afastar-se das pessoas, foi forçado a uma liberdade, unicamente devido à vontade de alguns indivíduos se dedicarem a causas populistas.

Milhões de dólares foram gastos numa reintrodução de um animal que se adivinhava um fracasso, com óbvio prejuízo para o animal. Milhões de dólares que poderiam ser utilizados em acções de educação ambiental e preservação de animais que vivem no selvagem e que, verdadeiramente, necessitam de ser salvos...

Escorredores de Serviço



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