Bravo Loretta
Após sucessivos adiamentos, finalmente fui ao dentista tratar de uma cárie. São sempre agradáveis as idas ao dentista, pois a simpática e competente doutora faz questão de espalmar o seu seio direito na minha face, enquanto me trata da dentição. Não fico particularmente incomodado, mas um dia destes gostaria de sentir o seio esquerdo para constatar se a textura é idêntica (fica aqui o anotamento).
Desta vez foi necessário recorrer a anestesia, a prestável Dr. Ferreira (nome falso, não quero mais marmanjões a sentir os seios da minha dentista) fê-lo de forma tão eficaz que fiquei com metade da cara paralisada.
Quando saí da consulta, sem conseguir mexer uma grande parte dos meus lábios, e me dirigi à recepção para a pagar, tentei manter uma certa pose e comportar-me normalmente. Saí do estabelecimento médico, seguro que tinha mascarado bem a minha incapacidade facial e que ninguém tinha reparado em nada. Quando cheguei ao carro e olhei para o espelho retrovisor, deparei-me com a visão do meu lábio bastante descaído e com um fio de baba a escorrer-me pela beiça. Veio-me imediatamente à mente uma citação que vi no outro dia "a vaidade torna-nos tão crédulos como tolos".